sábado, 24 de janeiro de 2009

eSTAÇÃO dA lUZ, dEPOIS dA mEIA-nOITE*






(Herivelto Martins/David Nasser)

Estação da Luz, depois da meia noite
Uma tragédia em cada rosto refletida
Passam vidas pelas ruas, passam lágrimas
No silêncio da cidade adormecida

Estação da Luz, depois da meia noite
Em cada esquina uma sombra indefinida
A chuva na calçada, o vento frio
E os meus olhos encontram os teus, desconhecida

Quem és? De onde vens? Mulher estranha
Onde foi que eu te vi? Onde me viste?
Quem te ensinou meu nome? Quem te disse?
Que houve alegria no meu rosto, agora triste

Mas de repente, eu me lembro que em meus braços
Deu-me o seu beijo de primeiro amor
Depois a vida caminhou, fracasso
Por ter o velho tempo, professor

Estação da Luz, depois da meia noite
Uma tragédia em cada rosto refletida
Dois estranhos que se afastam, a chuva cai
No silêncio da cidade adormecida...

*Tango: tragédia moldada em sua "fôrma" mais sofisticada. No mesmo long-play no qual canta as desventuras do homem apaixonado, em "Estação da Luz", Nelson Gonçalves comprova porque - também - foi o imbatível intéprete do gênero no Brasil, desde sempre.

Nelson narra outras elegantes tragédias, como "Vermelho27" (jogatina) e causos com explícito grau de erotismo, "À meia luz". Méritos letrísticos de Herivelto Martins e do jornalista David Nasser, dupla que verteu o estilo com maestria no país do samba.

Hits que a voz do Metralha irradiou para los hermanos, uruguaios e argentino, nos anos 50. Sucesso que a contemporânea Maysa também conheceu.

Ouça alguns desses embalos platinos, logo mais abaixo. Depois curta a interpretação máxima (aos 60 anos!) de Nelson - "Carlos Gardel", uma das gemas do DVD Eternamente Nelson (Sony&BMG), especial de gala registrado pela Globo, em 1981, que ainda tá na prensa. Linda peleja entre sentimento X diafrágma

À meia luz




Vermelho 27



Palhaço



Carlos Gardel