Agora sério. Revirando terrenos baldios da internet trombei essa jóinha da música negra: Soul Rock (1974), álbum da dupla Ezy Hart & Isaac Olashugba.
Um daqueles "vira-latas" abandonados pelo dono. Ou, sabe-se lá, outra vítima de catástrofe natural - como o álbum Paêbirú, talvez. Certeza somente quanto ao bom pedigree do cão.
Áridas informações sobre Ezy & Isaac reforçam a raridade da obra.
Uma clássica conceituação sobre Soul Rock: "A super italian rare soul-afro-funk-rock". Obscuro , porém iluminadíssimo, o disco foi gravado em Milão, na Itália. O lançamento é da Rifi Recordings.
A produção e os arranjos levam a rubrica de um tal Funky Fella - o qual, transparece nas músicas, sabia bem o que tinha em mãos.
Nas notas de agradecimento, as reverências de Ezy & Isaac vão todas para Fella, que deve ter dilapidado-lhes muito.
No oracular Google, ocorrem parcos resultados para as palavras-chave "Ezy/Isaac" ou "Soul Rock". Há somente um único link para download no site Djalma's Soul Food. Este, agora, deve ser o segundo.
Então não durma no ponto.
Tudo certo até aqui, não fosse o factóide: uma das únicas resenhas encontradas sobre Soul Rock, a qual se pode ler na internet, fala o seguinte sobre a dupla:
"They are 2 brazilian boys and they recorded this obscure LP in Milan, Italy in 1974".
Se forem brasileiros, quem são? Estarão vivos? Aonde: Maceió, Cascavel, Não Me Toque, Parintins? Como ganham a vida?
Não há respostas.
Brasileiros transando ítalo-funk em Milão, nos anos 70, é muito bizarro para ser real! Ouvindo fica na cara que, de "verde-amarelos", não possuem nada.
Mas quem garante?
Entre os colecionadores, Soul Rock é conhecido como "The Holly Grail" dos breaks.
Um arebatado neófito descreve sua experiência pessoal ao som dos brazilian boys:
"Man is it cold at the moment. The general chill that has hit the country over the last few days is being felt particularly severely in my house as the boiler has packed up leaving me to spend my evenings huddled round a gas fire watching my muttered curses freeze in the air before my eyes. When I put on an album like Ezy & Isaac's Soul Rock all troubles quickly disappear and sitting still is the last thing on my mind.
Put together by two Brazilian gentleman and released in Italy (naturally) the album sold itself to me as soon as I saw the front cover. The mixture of bling, pure joy on Ezy and Isaac's faces topped off with the helpful "Black Sound" note in the top left (no shit!) meant that whatever laid inside the sleeve was an added bonus from the off".
(...) No doubt because of their Brazilian background Ezy & isaac's singing style is a curious thing indeed. Don't get me wrong these guys can sing but there's a slurred garbled edge and unexpected harmonies (the caaaaaaar one slays me) that add something unique to the mix"
"Bawagbe": afrofunk hipnótico.
"Got To Move": a real killer track
"Bad Day": não tão mal
Dois anos após Soul Rock, que, por sinal, deve ter dado em nada, Ezy & Isaac reapareceram com o single "I can't help myself".
E deu (em nada). Mais precioso que Soul Rock, no entanto, só o compacto Bawagbe.
A bolacha é avaliada em ardidos € 250: "O Paêbirú do euro-funk".
E os discos são do mesmo ano...
Um daqueles "vira-latas" abandonados pelo dono. Ou, sabe-se lá, outra vítima de catástrofe natural - como o álbum Paêbirú, talvez. Certeza somente quanto ao bom pedigree do cão.
Áridas informações sobre Ezy & Isaac reforçam a raridade da obra.
Uma clássica conceituação sobre Soul Rock: "A super italian rare soul-afro-funk-rock". Obscuro , porém iluminadíssimo, o disco foi gravado em Milão, na Itália. O lançamento é da Rifi Recordings.
A produção e os arranjos levam a rubrica de um tal Funky Fella - o qual, transparece nas músicas, sabia bem o que tinha em mãos.
Nas notas de agradecimento, as reverências de Ezy & Isaac vão todas para Fella, que deve ter dilapidado-lhes muito.
No oracular Google, ocorrem parcos resultados para as palavras-chave "Ezy/Isaac" ou "Soul Rock". Há somente um único link para download no site Djalma's Soul Food. Este, agora, deve ser o segundo.
Então não durma no ponto.
Tudo certo até aqui, não fosse o factóide: uma das únicas resenhas encontradas sobre Soul Rock, a qual se pode ler na internet, fala o seguinte sobre a dupla:
"They are 2 brazilian boys and they recorded this obscure LP in Milan, Italy in 1974".
Se forem brasileiros, quem são? Estarão vivos? Aonde: Maceió, Cascavel, Não Me Toque, Parintins? Como ganham a vida?
Não há respostas.
Brasileiros transando ítalo-funk em Milão, nos anos 70, é muito bizarro para ser real! Ouvindo fica na cara que, de "verde-amarelos", não possuem nada.
Mas quem garante?
Entre os colecionadores, Soul Rock é conhecido como "The Holly Grail" dos breaks.
Um arebatado neófito descreve sua experiência pessoal ao som dos brazilian boys:
"Man is it cold at the moment. The general chill that has hit the country over the last few days is being felt particularly severely in my house as the boiler has packed up leaving me to spend my evenings huddled round a gas fire watching my muttered curses freeze in the air before my eyes. When I put on an album like Ezy & Isaac's Soul Rock all troubles quickly disappear and sitting still is the last thing on my mind.
Put together by two Brazilian gentleman and released in Italy (naturally) the album sold itself to me as soon as I saw the front cover. The mixture of bling, pure joy on Ezy and Isaac's faces topped off with the helpful "Black Sound" note in the top left (no shit!) meant that whatever laid inside the sleeve was an added bonus from the off".
(...) No doubt because of their Brazilian background Ezy & isaac's singing style is a curious thing indeed. Don't get me wrong these guys can sing but there's a slurred garbled edge and unexpected harmonies (the caaaaaaar one slays me) that add something unique to the mix"
"Take Off!!!": spaghetti pomodoro
"Got To Move": a real killer track
"Bad Day": não tão mal
Dois anos após Soul Rock, que, por sinal, deve ter dado em nada, Ezy & Isaac reapareceram com o single "I can't help myself".
E deu (em nada). Mais precioso que Soul Rock, no entanto, só o compacto Bawagbe.
A bolacha é avaliada em ardidos € 250: "O Paêbirú do euro-funk".
E os discos são do mesmo ano...