POR CRISTIANO BASTOS
Tributo à Dona Ivone Lara foi suspenso por falta de organização
A programação estava feita. O Dia das Mães, na Torre de TV, em Brasília, seria festejado amanhã, com tributo à longeva carreira de uma das matriarcas do samba carioca: Dona Ivone Lara, 88 anos. Na última hora, porém, o compasso, literalmente, desandou. Com antecedência de apenas três dias, na quinta-feira, a empresa proponente do espetáculo, Cenário Digital Eventos, sediada em Curitiba (PR), cancelou o espetáculo.
A Cenário Digital, na verdade, fiou-se numa proposta de patrocínio firmada apenas em caráter verbal durante a gestão anterior da empresa Brasiliatur, responsável pela promoção de festividades como Carnaval e o aniversário da cidade. Demais patrocinadores, conforme a proposta, eram instituições como Banco do Brasil, Ministério da Cultura (MinC) e Companhia de Bebidas das Américas (Ambeve).
Nenhuma delas, porém, chegou a confirmar seu apoio por intermédio da assinatura de um contrato. De acordo com a proposta,dos R$ 1,3 milhão previstos para a realização do evento, R$ 420 mil seriam bancados pela Brasiliatur. Destes, R$ 270 mil cobririam gastos com infra-estrutura. A assessoria de comunicação da Brasiliatur informou que não patrocinaria o projeto devido à falta de recursos, já que envolveria contratação de vários artistas.
Na tomada de decisão, os gastos realizados com o aniversário de 49 anos de Brasília,no dia 21 de abril, também somaram. A comissão de avaliação de patrocínio da empresa concluiu que, além do esgotamento orçamentário, pelo qual a Brasiliatur passa, também não teria como pedir recursos suplementares. Especialmente, para financiar um evento que não diz respeito ao turismo brasiliense.
Recursos - De acordo com a assessoria da empresa, em 2009 não há mais recursos para patrocinar espetáculos desse porte: "Daqui para frente, os próximos pedidos de patrocínio deverão serão avaliados levando-se em conta o retorno, do ponto de vista turístico, que trarão à capital."
De fato, na gestão anterior, a Brasiliatur sinalizou como possível patrocinadora deste Tributo a Dona Ivone Lara. Muito mais ligado à cultura do que ao turismo (seu foco de atuação), a Brasiliatur diz não possuir mais orçamento; e ressalta que patrocinar eventos nunca foi sua atividade principal: "A Brasiliatur não contrata artistas. Limita-se, somente, a investir em eventos que atraiam turistas à capital federal."
Para o produtor local do tributo, Elder Cunha, o que mais aflige é a homenagem que não será feita a Dona Ivone: "Contratei uma orquestra de vários músicos para acompanhá-la. O sonho acabou", lamenta.
Indignação - A programação do espetáculo chegou a ser anunciada na mídia local e previa, também, participações especiais de medalhões como Beth Carvalho, Grupo Fundo de Quintal e Lecy Brandão. Além de nomes da nova geração, como Diogo Nogueira, filho do mestre João Nogueira. Muitos deles fariam ainda shows em diversas regiões administrativas, como parte da programação.
Afonso Carvalho, empresário de Diogo Nogueira e Beth Carvalho, protesta dizendo que valeram-se do prestígio de Ivone Lara para fazer um "grande papelão": "Os prejuízos, nesse caso, não foram somente de ordem material. Foi um grande desrespeito à grande dama do samba", registra.
Clara Nunes, Maria Bethânia, Caetano Veloso e Gilberto estão entre os intérpretes que gravaram composições da sambista. Sua empresária, Miriam Souza, afirmou ao Jornal de Brasília que Dona Ivone Lara ficou muito triste com o acontecido. Agradece, entretanto,a todos os artistas que se prontificaram a participar do show em sua homenagem.
*Minha matéria de estréia no Jornal de Brasília (que passa por séria reformulação editorial), na edição deste sábado (10). Quanto à reportagem, sem comentários...
A Cenário Digital, na verdade, fiou-se numa proposta de patrocínio firmada apenas em caráter verbal durante a gestão anterior da empresa Brasiliatur, responsável pela promoção de festividades como Carnaval e o aniversário da cidade. Demais patrocinadores, conforme a proposta, eram instituições como Banco do Brasil, Ministério da Cultura (MinC) e Companhia de Bebidas das Américas (Ambeve).
Nenhuma delas, porém, chegou a confirmar seu apoio por intermédio da assinatura de um contrato. De acordo com a proposta,dos R$ 1,3 milhão previstos para a realização do evento, R$ 420 mil seriam bancados pela Brasiliatur. Destes, R$ 270 mil cobririam gastos com infra-estrutura. A assessoria de comunicação da Brasiliatur informou que não patrocinaria o projeto devido à falta de recursos, já que envolveria contratação de vários artistas.
Na tomada de decisão, os gastos realizados com o aniversário de 49 anos de Brasília,no dia 21 de abril, também somaram. A comissão de avaliação de patrocínio da empresa concluiu que, além do esgotamento orçamentário, pelo qual a Brasiliatur passa, também não teria como pedir recursos suplementares. Especialmente, para financiar um evento que não diz respeito ao turismo brasiliense.
Recursos - De acordo com a assessoria da empresa, em 2009 não há mais recursos para patrocinar espetáculos desse porte: "Daqui para frente, os próximos pedidos de patrocínio deverão serão avaliados levando-se em conta o retorno, do ponto de vista turístico, que trarão à capital."
De fato, na gestão anterior, a Brasiliatur sinalizou como possível patrocinadora deste Tributo a Dona Ivone Lara. Muito mais ligado à cultura do que ao turismo (seu foco de atuação), a Brasiliatur diz não possuir mais orçamento; e ressalta que patrocinar eventos nunca foi sua atividade principal: "A Brasiliatur não contrata artistas. Limita-se, somente, a investir em eventos que atraiam turistas à capital federal."
Para o produtor local do tributo, Elder Cunha, o que mais aflige é a homenagem que não será feita a Dona Ivone: "Contratei uma orquestra de vários músicos para acompanhá-la. O sonho acabou", lamenta.
Indignação - A programação do espetáculo chegou a ser anunciada na mídia local e previa, também, participações especiais de medalhões como Beth Carvalho, Grupo Fundo de Quintal e Lecy Brandão. Além de nomes da nova geração, como Diogo Nogueira, filho do mestre João Nogueira. Muitos deles fariam ainda shows em diversas regiões administrativas, como parte da programação.
Afonso Carvalho, empresário de Diogo Nogueira e Beth Carvalho, protesta dizendo que valeram-se do prestígio de Ivone Lara para fazer um "grande papelão": "Os prejuízos, nesse caso, não foram somente de ordem material. Foi um grande desrespeito à grande dama do samba", registra.
Clara Nunes, Maria Bethânia, Caetano Veloso e Gilberto estão entre os intérpretes que gravaram composições da sambista. Sua empresária, Miriam Souza, afirmou ao Jornal de Brasília que Dona Ivone Lara ficou muito triste com o acontecido. Agradece, entretanto,a todos os artistas que se prontificaram a participar do show em sua homenagem.
*Minha matéria de estréia no Jornal de Brasília (que passa por séria reformulação editorial), na edição deste sábado (10). Quanto à reportagem, sem comentários...