terça-feira, 28 de setembro de 2010
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
eNTREVISTA cOM vICENTE cELESTINO - o éBRIO

Preâmbulo de Moraes no qual destaca a importância do seu
convidado no cenário musical brasileiro e seu prazer em recebê-lo
Parte 2 - 1"48"
Vicente Celestino agradece as palavras elogiosas e coloca-se
à disposição para o bombardeio de perguntas do radialista
Parte 3 - 2'32"
Celestino, grande conhecedor da obra de Catulo da Paixão Cearense
e um dos seus grandes interpretes, esclarece uma dúvida de Sarmento
e conta suas andanças pelos "Chopes", antigo nome das Boites
Parte 04 - 2'18" e 05 - 2'30"
Nos dois trechos, Orlando Silva fala de sua amizade com
Celestino e de sua primeira gravação em disco. E da tremedeira
ao ouvi-la em 1934. Celestino gravou seu primeiro disco em 1915,
uma gravação mecânica direto na matriz, como ele mesmo conta
Parte 06 - 1'43"
Celestino explica a gravação que vai ser irradiada a seguir:
"Brejeiro", de Ernesto Nazaré. Porém com letra e outras curiosidades
Parte 07 - 3'26"
Celestino interpreta "O Sertanejo Enamorado",
uma gravação brejeira como a música original cantada
"como se cantava naquele tempo". Gravação rara
Parte 08 - 1'53" Vicente Celestino fala sobre
sua carreira lírica, interrompida em 1935 pelas
agruras de quem tenta fazer carreira no teatro lírico no Brasil
Parte 09 - 48"
Sarmento encerra pretendendo repetir o
encontro com Celestino, neste ou no outro mundo!
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
tININDO tRINCANDO!

FOTO: PEPEU GOMES/ARTE: LULA MARTINS
Dá para dizer que cada um dos "lados" do LP Acabou Chorare foi arquitetado em endereços distintos. O A no apartamento em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, onde os Novos Baianos aquartelavam-se; e o B no sítio-comuna alugado em Jacarepaguá, Zona Oeste.
Joia do neologismo brasileiro, a expressão "Acabou Chorare" foi cunhada pela então criança, hoje a internacional cantora Bebel Gilberto, filha de João Gilberto e da compositora Miúcha. O novo vocábulo, literalmente, "caiu de maduro".
Com raras exceções, em 1972 as condições técnicas dos estúdios brasileiros sofriam de crônica anemia. O registro de Acabou Chorare, porém, fluiu sintonizado no alto-astral do Cantinho do Vovô. João Araújo destacou o músico Eustáquio Sena para produzir a "bolacha", mas ele próprio acompanhou de perto todo o processo.
Acabou Chorare foi a bomba-relógio com data marcada para eclodir em matizes verde-amarelas naquela alvorada cinzenta de 1972. A trupe inteira envolveu-se efusivamente no entrelaçamento do artefato.
Os inúmeros e imprevisíveis contratempos, os Novos Baianos sublimavam com os melhores predicados trazidos por cada um deles: criatividade, inventividade, engenhosidade.
sábado, 21 de agosto de 2010
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
eU sOU uM íDOLO pOP!*

O caminho de Plato para o "estrelato pop" começa em 1988, ao integrar a banda Os Jaquetas e, depois, tocando com Edu K no power trio O.F.F. No mesmo ano, saiu-se com a cultuada Père Lachaise e, em 1994, montou a Lovecraft.
Dono de vasta produção musical, Plato Divorak é persona essencial do underground não só porto-alegrense, como mundial e brasileiro, ao lado, por exemplo, de Jorge Amiden (da cultuada e esquecida banda carioca Karma) e—ousaria dizer—do mutante Arnaldo Baptista.
Plato define as três faixas do single, que conta com "A mulher brasileira é a mais linda" e "Crematory Boys", como "uma diversificada sugestão autoral". A primeira canção é uma espécie de samba-rock psicodélico que remete a Jorge Ben fase Tábua de Esmeralda, e a segunda tem o clima The Who/Pink Floyd dos primórdios:
Em Space Fusion, Leonardo toca baixo, os quais foram gravados todos num take, praticamente. Detalhe: as guitarras de Julio Cascaes foram registradas sem que o instrumentista tivesse ouvido as composições anteriormente.
O resultado, de fato, atingiu a excelência. Além das experimentações costumeiras, está repleto de hits, como "Xenon Light", sobre o amor de um homem por sua robô, e "Let shine on", na qual Plato prova que sua lisergia não é só aquela batida anacrônica fincada em previsíveis territórios dos imprevisíveis sixties.
Frank Jorge não mais consegue precisar o ano, muito menos a data exata, em que conheceu Plato Divorak. A única lembrança certa, Frank examina a memória, é que o encontro entre eles rolou na segunda metade do anos 1980.
Para Frank, a "mania sixtie" sulista de venerar Beatles e Stones, e o punk e a new wave do período fizeram com que Lou Reed e Jim Morrison ficassem esquecidos em Porto Alegre. "Passaram quase batidos", afirma.
No tributo organizado por Pedro Brandt, participam bandas de diversos estilos, como a psicodélica Band of Pixies, que regravou "Antiglitter". De acordo com o músico, a escolha do fonograma caiu como uma luva na sonoridade de seu novo acid trio.
Até agora, cinco gravações já foram entregues: "Volta às aulas em San Tropez", com Marcelo Mendes, "Melô do Zé Bigorna", com os Irmãos Panarotto, "Iluminados monstros do amor", com os cariocas Do Amor e a já citada "Antiglitter".
"Escolhemos 'Romance mórbido' porque está inclusa em um de nossos discos favoritos—senão, o favorito—de rock gravado nos Pampas, o Amnésia Global, de Frank e Plato”, sublinha Andrio Maquenzi, da Superguidis.
A ideia, explica Pedro, é lançar como disco virtual, para download gratuito na internet. Mas o jornalista sonda, também, selos que possam se interessar em viabilizar o projeto em CD. "O objetivo principal do tributo é prestar uma homenagem ao Plato e, claro, ajudar a popularizar a produção musical dele."
"Sobre o Plato, o melhor de tudo é conviver com a figura durante todos esses anos", conta Leo Bomfim. "Importante ressaltar que ele não é um personagem, o Plato é o Plato, vinte quatro horas por dia. O que ele coloca nas músicas é o que ele vive. É a realidade dele mesmo. Porque há muitos 'doidões' por aí que são puro personagem."
A parceria de Leo e Plato nasceu para participar de um tributo virtual a Ronnie Von. O mais importante projeto, entretanto, é o disco de estréia de Plato Divorak & Os Exciters, ainda inédito, segundo Leo, por conta de uma sacanagem do selo Pisces Records.
pLATO dIVORAK: "nUNCA eSTOU dORMINDO"*
*Foto: Fernanda Chemale
sábado, 7 de agosto de 2010
pASSA a bOLA!





Durante a ditadura, Pedro alistou-se nas fileiras do Cinema Novo: foi diretor de fotografia de grandes cineastas, como Joaquim de Andrade (Guerra Conjugal, 1975), Glauber Rocha (Idade da Terra, 1979) e Gustavo Dahl (Em Busca do Ouro, 1965).
Em 1967 e 1968, suas câmeras Laica/Rolleyflex serviram aos levantes da esquerda.
O fotógrafo diz-se confesso admirador do lendário correspondente de guerra, o húngaro Robert Capa. Que postulava:
"Se as fotografias não são suficientemente boas, é porque não se está suficientemente perto".
Pedro de Moraes também foi "amigo de loucuras" dos Novos Baianos. A amizade rendeu o curta-metragem Gente é Isso (mais informações na Rolling Stone), um dos mais importantes documentos sobre a banda em pleno auge.
Nesse exclusivo relato, Moraes divide conosco um "maconheirístico" causo, dentre os tantos que viveu ao lado do alegre bando.
"Meu primeiro contato com o Novos Baianos foi num concerto de rock que rolou no Rio de Janeiro. Conheci o poeta Luiz Galvão e fumamos um baseado juntos. Fez-se daí nossa amizade.
Galvão me convidou, então, para visitar o sítio Recanto do Vovô, em Jacarepaguá. Logo fiquei amigo de todos eles. Nas minhas primeiras visitas ao sítio, sempre que rolava um baseado me punha a pensar:
"Será que os caras não passam a 'bola' ou estou mesmo sendo discriminado?".
Me pondo na palma da mão um lindo, enorme e cheiroso 'camarão', um deles me disse:
'Toma aqui e não reclama, rapaz!'.
Aquelas foram felizes tardes lisérgicas de tempos passados: tudo era só amor e luz. Mas não só amor. Toda semana era um baiano que 'dançava' com a polícia. Na época tudo era barra pesada.
Logo, porém, resolvia-se a questão. Nessa hora rolava muito som, rango, futebol, irreverências, sexo e muitos planos pro futuro. E muita maconha, lógico.
Eu não conseguia parar de fotografar o cotidiano dos Novos Baianos. Foi quando surgiu a idéia de se fazer projeções fotográficas nos shows. Lindas eram as imagens projetadas no fundo do palco enquanto "Besta é Tu" tocava sem parar
Dinheiro era pouco, mas diversão era garantida.
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
nOVOS bAIANOS fUTEBOL cLUBE*
*Em 1972, em meio ao estouro pop-tropical que foi Acabou Chorare (eleito melhor disco de MPB de todos os tempos pela Rolling Stone), os Novos Baianos deixam o apartamento no qual viviam, no Rio de Janeiro (além de palco, era também o "campinho" onde disputavam acirradas partidas de futebol), e vão de "mala e cuia" para Jacarepaguá.
No auge do regime militar, o combo alugou a chácara apelidada de "Sitio do Vovô". E, de forma anarco-lúdica, levavam a vida coletivamente. Após saída da Som Livre - que inaugurara seu cast lançando a obra-prima Acabou Chorare -, os baianos mudam-se para nova gravadora, a Continental, e lançam seu terceiro álbum de estúdio: Novos Baianos F.C.
O disco ganhou este filme homônimo que Solano Ribeiro, homem responsável pela direção de vários documentários sobre música brasileira destinados à TV alemã, entre os quais Elis Regina (hoje uma preciosidade) e Gilberto Gil. Pela realização do musical Novos Baianos F.C., Solano foi premiado no Festival Europeu de Televisão, na Áustria.
Trata-se, certamente, do mais acurado registro audiovisul que se possui dos Novos Baianos em ação. Eles esbanjam entrosamento, naturalidade e juventude. Em "Mistério do Planeta" Pepeu Gomes assinala porque, disparado, é o melhor guitarrista brasileiro de rock. E olha que o cara tocava de tudo, do samba ao afoxé!
Como diretor de musicais para a TV no Brasil, Ribeiro fez, entre outros, Disparada, com Geraldo Vandré e Som Livre Exportação, na Rede Globo - até hoje, record de público para musicais em recinto fechado (100 mil espectadores, no Anhembi, São Paulo).
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
bARRADOS nO bAILE*

terça-feira, 3 de agosto de 2010
pRÉ-cHORARE*
Globo da morte
29 beijos
Mini-planeta Íris
Caminho de Pedro
*Faixas gravadas entre 1969 e 1971 pelos Novos Baianos. Mais roqueiras, psicodélicas e bluesy do que, propriamente, "MPB", encontram-se nos compactos:
quinta-feira, 29 de julho de 2010
mETEORANGO kID x nOVOS bAIANOS
"10 anos sem estudar, 10 anos vagabundando por aí.
10 anos de maconha, 10 anos marginal.
Cagar é só o que dá vontade de fazer.
Cagar, porra! Mas é duro.
Só eu pra dizer o trabalho que me deu pra chegar até aqui".
(Fala de Meteorango Kid – O Herói Intergaláctico)
Em 1972, a capa do disco Acabou Chorare, dos Novos Baianos, foi premiado como "melhor produção gráfica" daquele ano. A arte leva assinatura do múltiplo Antônio Luis Martins, mais reconhecido como "Lula", protagonista do cult-movie Meteorango Kid – O Herói Intergaláctico, do baiano André Luiz Oliveira.
A produção de Meteorango - considerado o grande "trash tupiniquim" - emaranha-se aos primórdios soteropolitanos da banda.
O primeiros long-plays dos Novos Baianos e, também, É Ferro na Boneca, o d[ebut d a banda e m LP, além de Meteorango, também serviram de trilha para o longa-metragem Caveira My Friend (1970), do falecido Álvaro Guimarães.
Na gravadora RGE, Lula Martins, que também é artista plástico, fizera a capa do compacto Novos Bahianos, o qual tinha as músicas"Colégio de Aplicação"/"De Vera". Para Acabou Chorare, desenvolveu uma técnica de desenhos à base de canetes hidrocor e esferográficas.
O artista afirmava pintar "a cor do som".
Outra feita por Martins, é a surrealística capa do álbum Caia Na Estrada E Perigas Ver, de 1976.
Meteoranguizando - Em Meteorango Kid, o anti-herói Lula vive na pele de um jovem e desesperado estudante da classe média baiana, assim como todos, oprimido pela ditadura e pela moral brasileira de 40 anos atrás.
O "intergaláctico" personagem atravessa o cotidiano labirinto com as únicas armas que possui: suas fantasias e seus delírios libertários. Meteorango conversa fluentemente com os códigos tropicalistas e com a arte pop.
E não hesita em antropofagizar o cinemão norte-americano. O roteiro é recheado de citações a heróis estrangeiros como Batman, Fantasma e Tarzan.
Na seqüência de abertura, quase uma síncope, Lula encarna a "agonia do Messias". Trajado de Cristo, o personagem delira numa colagem de descontínuos close-ups montados sob os mais diversos ângulos.
Recentemente, Martins contou algumas de suas histórias, que envolvem tanto os Novos Baianos quanto o cinema marginal da Bahia, no livro Mágicas Mentiras (Vento Leste). Ainda muito jovem, Martins largou confortável vida familiar para perambular pelo "microcosmo pré-hippie".
Em março de 1970, meses antes de morrer, a cantora norte-americana Janis Joplin (1943-1970), passara como um furacão pelo Rio de Janeiro: fez topless em Ipanema e foi expulsa do hotel Copacabana Palace, por nadar nua na piscina.
Após, literalmente, botar pra quebrar na Cidade Maravilhosa, ciceroneada pelo cantor Serguei (que até hoje se gaba do fato), Janis recebeu uma indicação de Ricky, um surfista carioca, para que fosse a Salvador encontrar-se com um amigo seu.
O tal amigo era Luiz "Lula" Martins (vej afotos abaixo).
Na Bahia, Janis teria um pouco mais de "sosssego": "Foram quatro dias mágicos, que mudaram minha vida", conta Martis (leia mais).
O artista gráfico Rogério Duarte, criador do cartaz do filme Deus e O Diabo Na Terra do Sol (1964), de Glauber Rocha, definiu Lula Martins como "ave rara de nossa constelação".
Diretor do Conselho de Estudos Brasileiros da Universidade de Tulane, o norte-americano Christopher Dunn atribui ao personagem vivido por Lula em Meteorango "força-símbolo da resistência nacional".
Para Dunn, o motivo é a representatividade visual que o personagem alcançou no filme. De forma geral, a valia o brasilianista, críticos e estudiosos têm O Bandido da Luz Vermelha como "o primeiro grande filme marginal".
Todavia, opõe-se o norte-americano, Meteorango Kid, par a ele, revelou, com muita mais força, a desilusão da juventude brasileira daqueles "chumbados anos":
"Meteorango é o primeiro filme do desbunde brasileiro. Em pleno AI-5, teve ousadia de encenar, por exemplo, um ritual cotidiano tão conhecido - mas pouco representado no cinema nacional, que é a preparação cuidadosa de um baseado seguida do seu dionisíaco consumo", analisa Dunn.
Fã de Meteorango, o escritor Jorge Amado definiu o filme como "um soco violento que comove e revolta".
No depoimento dado à reportagem da Rolling Stone ("Tinindo Trincando"), sobre o álbum Acabou Chorare, Lula Martins falou, especialmente, sobre a criação da capa do ábum.
A arte de Acabou Chorare foi criada a partir de semiótico retrato (que enquadra uma desoladora mesa na casa dos Novos Baianos, no Sítio do Vovô) casionalmente tirado pelo guitarrista Pepeu Gomes.
Mas, antes, curta um trecho de Meteorango Kid - O Herói Intergaláctico (1969), de Andre Luiz Oliveira.
quarta-feira, 28 de julho de 2010
lULA mARTINS: nAS bRUMAS dO fUMACÊ

Os Novos Baianos faziam parte do movimento mundial da contracultura, ou melhor, de sua versão tupiniquim, traduzida na Tropicália. Cinema, artes plásticas, teatro e, especialmente, música projetavam esses 'bichos' que sonhavam virar o mundo de ponta cabeça.
Durante a montagem do longa-metragem Meteorango Kid - Herói Intergalático, de André Luiz Oliveira, hoje radicado em Brasília, Paulinho Boca de Cantor, Moraes Moreira e Galvão ficaram hospedados durante alguns dias no apartamento em que eu morava no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro.
Eles traziam consigo uma fita gravada, ao vivo, com as músicas apresentadas no espetáculo Desembarque dos Bichos. No estúdio de Helio Barroso, gravaram, pela primeira, as faixas para a trilha-sonora de Meteorango.
Algumas dessas músicas se tornaram sucesso nacional com o lançamento do álbum É Ferro na Boneca. Conheci Paulinho, Moraes e Galvão em Salvador, um pouco antes das filmagens de Me teorango, levado por Caveirinha para conhecer e ouvir as canções que eles compunham. Os três se alojavam numa pensão no Areal de Baixo.
Vestiam roupas de peles de bodes amarradas ao corpo, as quais lhes davam um aspecto desafiante e transgressor. Eram aplaudidos pela galera quando circulavam pelos bares do Baixo Leblon, no Rio.
Os Novos Baianos surgiam com uma obra musical genuinamente brasileira. O poeta Galvão vinha com um pé na bola e outro no regionalismo poético do velho "Chico do Juazeiro", que traduzia para o entendimento da linguagem urbana e universal.
Moraes, por sua vez, é a recriação da música brasileira a partir do sentimento nordestino constante em sua obra. Sua música é feita das paisagens coloridas e amplas do antigo Brejo Seco, hoje Ituaçu.
Paulinho Boca, o malandro desenvolto misto de cantor e agente, contador de causos e bonachão típico do recôncavo baiano, e ra cantor experiente que, há muito, apresentava-se como crooner de orquestras nas casas noturnas soteropolitanas.
De contrato assinado com a gravadora RGE, os novos baianos alugaram um apartamento no Jardim Botânico. Passei alguns dias com eles lá: era uma loucura sem tréguas nas brumas do fumacê diário. Infantis diabruras que escandalizavam uns e encantavam outros.
Fiz a capa do compacto Os Novos Bahianos, editado pela RGE. A capa do disco Acabou Chorare, no começo, seria total e tropicalmente colorida, contudo, por questões técnicas e de produção, reduziram o número de fotos coloridas, o que veio alterar o projeto gráfico inicial.
Queixei-me com João Araújo (produtor dos Novos Baianos), que me explicou a situação. Ele, contudo, me convidou para dirigir o videoclipe de lançamento do álbum. A minha insensata resposta foi não, mas logo saquei a bobeira de meu orgulho ferido.
Dias depois, observando melhor, percebi que aquelas fotos em preto e branco acentuavam, com grafismo jornalístico, o cunho sociocultural da proposta.
