terça-feira, 2 de março de 2010

uLTRA-wIDE-sTEREO-bIZARRE-pOWER-pOP-sOUND!

Falando em glam rock, de todas as matizes do estilo – da cool à 'flamboyant' –, a mais estranha (para não dizer bizarra), certamente foi a que revelou o octeto londrino Wizzard.
Não dá para sair íntegro depois de uma audição inteira do supermegalomaníaco Brew (Harvest), de 1973. Alguém definiu o som desse disco como "ultra wide stereo bizarre power pop sound". Eu achei préza.
Já outro comentou que ouví-lo poderá exigir ingestão de sais de frutas: "Quando ouvi o disco, em 1973, foi assim", relembra um aventureiro num blog - 35 anos depois da experiência.
Brew é a estréia da banda inglesa Wizzard, comandada por Roy Wood, ex-Electric Light Orchestra, a ELO. A mixagem suja e complexa do disco é a receita que repugna estômagos menos resistentes.
É muito diferente, por exemplo, do fino trato dado por Tony Visconti às produções de Marc Bolan e David Bowie. Ou do toque hiperpop da dupla de produtores Chin & Chapman, manufaturadores de mega hits glam como "Tigger Feet" (Mud) e "Can the Can" (Suzy4).
O formato de Brew é glitter, mas o louco álbum vai bem além na viagem: emula antigos compactos de 78 rpm, música clássica (com citações de peças de Tchaikovsky, Bach, Schubert), rock anos 50, marching bands. Fora uma porção de coisas que só ouvindo... É um ótimo disco para se retirar samplers malucos.
De pontual mesmo só as citações de Elvis Presley, Edie Cochran e Phill Spector. Outras obssessões no som da Wizzard: juke boxes, o som alucinado das Dixielands, cacofonias. Mas nada é feito de improviso. O disco, milimetricamente controlado no estúdio, foi ensaiado à exaustão.
Os arranjos de cordas e de metais são obra de Wood, também vocalista e produtor de Brew. Alan Parsons cuida da engenharia de som. "See my Baby Jive", a mais rodada do Wizzard, não está no álbum. Assista o videotape no post de cima.