quarta-feira, 2 de julho de 2008

sTREET fIGHTING yEARS

O que a juventude pode aprender com o Maio de 68?

Tariq Ali - Pensar e agir por si mesmos, ser críticos com a política oficial e a mídia que a apóia. Desafiar toda forma de ortodoxia, se opor à pobreza e à guerra.

Como explicar que liberação feminina, revolução sexual e a contracultura eclodiram todas ao mesmo tempo, nos anos 60?

Ali - Elas estavam inspiradas pelas vitórias dos vietnamitas contra os mais poderosos imperalistas mundiais. "Se eles puderam fazer isso, porque não os outros?" Isso inspirou uma onda de esperança que se espalhou pelo mundo. As mulheres ativistas chamaram o seu movimento de Frente pela Liberação das Mulheres, depois que houve a Frente pela Libertação Nacional dos Vietnamitas.

Alguma lembrança marcante da entrevista com Jonh & Yoko? Lennon foi mártir ou vítima, na sua opinião?

Ali - John era um amigo pessoal, e se tornava mais e mais político a cada dia. A canção “'Working Class Hero'” reflete bem seu processo de politização. Ele foi vítima de um louco paranóico norte-americano. Uma tragédia. Poderia ter marchado conosco contra a guerra no Iraque.

Após 40 de barricadas, a consciência política mundial se expandiu?

Tariq - Não. Vivemos num mundo dominado pelo consumismo, pelo estilo de vida das celebridades e pelo individualismo - em meio a grande pobreza. E, atualmente, diante de uma crise dos alimentos. Isso não vai durar muito, mas institucionalizou-se uma despolitização. As mudanças políticas na América do Sul (Venezuela, Equador e Paraguai), no entanto, renovaram as esperanças.

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