terça-feira, 7 de abril de 2009

o fUTURO é vÓRTEX (1986)

O primeiro LP dos Replicantes, O Futuro é Vórtex (nome de uma máquina de pinball que mostrava um futuro perigoso), foi lançado com o estigma da censura federal, que vetou a execução pública de três músicas: "Choque", "Mulher Enrustida" e "Porque não".

A alegação era que continham "palavras de baixo calão". Deliberadamente, a gravadora RCA picotou "Porque não", que tinha a frase "Eu quero que o Caetano vá pra puta que o pariu!". A imprecação foi banida da faixa, como se o vocalista Wander Wildner emudecesse repentinamente no refrão.

O então baterista Carlos Gerbase lembra que a justificativa da RCA para a solução tosca é que não ficava bem atacar um artista de outra gravadora. O disco, que tem as clássicas "Surfista Calhorda", "Hippie-Punk-Rajneesh" e "Censor", destoa do padrão punk feito no Brasil, na época, marcado pelas letras de protesto.

Para o jornalista Luciano Marsiglia, os Replicantes desafiaram o cânone paulista, cujo movimento professava sério compromisso político: "Eles tinham uma preocupação estética que passou longe do punk brasileiro. O fato de os Replicantes serem do Sul favoreceu a liberdade e a criatividade da banda".

Surfista Calhorda


Boy do Subterrâneo


O Futuro é Vórtex

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