quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

10 bANDAS qUE vOCÊ pRECISA cONHECER

Saiba quem são e o que tocam os principais grupos da cena musical brasiliense

POR CRISTIANO BASTOS - REVISTA PARKSHOPPING

A movimentação musical de Brasília vai bem, obrigado. A cidade deixou de ser apenas a "capital do rock" para tornar-se berço de todas as vertentes possíveis.

No começo dos anos 1980, como não existia mercado de música "jovem", a única opção que as bandas iniciantes tinham era fazer "seu próprio som" – sem se preocupar com as consequências. 

Foi por conta disso que bandas como Plebe Rude, e a estreante Legião Urbana (em seu primeiro show) foram presos em Patos de Minas (MG), em 1982. Motivo: o "desacato" das letras.

"Era a urgência de nossa geração que nos movia. Todas as bandas da época, nem se quisessem, poderiam se vender. Não havia quem fosse pagar. Mas, depois do sucesso do Rock in Rio e da explosão da Blitz com 'Você Não Soube me Amar', o rock virou commodity. E o resto é história", diz o guitarrista da Plebe Rude, Philippe Seabra.

O músico Beto Só – cujo novo álbum (seu terceiro), produzido por Seabra e lançado pelo selo Senhor F Discos, é uma trilogia, que ele chama de "trilogia do otimismo" – acha a cena de Brasília mais "desencanada". Observa que muita gente da cidade tem a música como atividade paralela a outro trabalho.

"Li no Correio Braziliense que a Fernanda, da banda Lucy and the Popsonics, não pensa em se mudar daqui , que aqui estão o trabalho, os gatos e a casa dela. É isso".

Para Beto, eles foram lá, tocaram no país, no exterior e viram que não era a deles ficar na estrada de van, esperando um sucessão que, sejamos francos, dificilmente chegará.

Essa postura mais relax das bandas de Brasília, segundo Beto, poderá garantir artistas mais longevos, que vão lançar seus álbuns despretensiosamente – o que pode resultar em música boa, legal, criativa, que leve, inclusive, uma novo cenário.

Conheça 10 bandas brasilienses que têm potencial, talento e carisma para renovar a sonoridade pop do centro-oeste.

WATSON

Desde os tempos em que se chamava "Watson e o Progresso da Ciência", a atual Watson (foto) é velha conhecida da cena brasiliense. São oito anos de vida. O primeiro e homônimo disco foi editado em maio pelo Senhor F Discos. Gravado em Porto Alegre, a esmerada produção do álbum é dos irmãos Gustavo e Thomas Dreher (Cachorro Grande, Júpiter Maçã). "Emtivi Apresenta" - cuja letra dá bem a real - é refresco para ouvidos judiados pelo irritante emocore, mas saudosos por rock.

Emtivi Apresenta

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TIRO WILLIAMS
Reunidos há três anos, o Tiro Williams se juntou após o guitarrista Eduardo "Bola" Oliveira ter assistido um show dos gaúchos da Superguidis em Brasília. Eles, que se estipulam como "rock noventista", ficaram um ano se dedicando à busca de uma sonoridade própria. Em 2009, o que deveria ser apenas a sessão de gravação de um EP se transformou num álbum com dez músicas. O disco laçou a crítica e cavou brecha para shows do Tiro Williams fora da cidade.
THE PRO
Nos últimos dois anos, a The Pro tem atraído olhares e captado ouvidos com a sua batida dance rock. O começo da banda, em 2005, foi mais roqueiro. Mas a atual busca é pelas nuances eletrônicas. Em Brasília, abriram o show do Franz Ferdinand. A música "Alfama" é semi-hit nas emissoras de rádio locais. A The Pro lançou três Ep's: o último chama-se "Cowbell Edition". O primeiro álbum está programado para 2010.
SUPER STEREO SURF
A Super Stereo Surf apareceu momentos antes do estilo surf music "crawdear" a cena com dezenas de grupos instrumentais. Surfando nas ondas dropadas pelos californianos Beach Boys, em 2009 a banda gravou Antes do Baile, seu primeiro disco. Em Brasília abriram para CJ Ramone.
LUCY AND THE POPSONICS
A grande novidade da Lucy and the Popsonics é que, em 2010, deixaram de ser duo para virar "power trio". Além de Fernanda e Pil Popsonic, a banda, que é uma das mais ativas da capital federal, agora tem um baterista, Beto Cavani. A função era antes desempenhada pela eletrônica "Lucy". Produzido por John Ullhôa (Pato Fu), o próximo álbum, adianta a vocalista Fernanda, vai se chamar "Irá se chamar Fred Astaire".
GALINHA PRETA
Lançado este ano, Ajuda Nós Aê! é o quarto disco da punk Galinha Preta. Propositalmente tosco, o som é inclinado para o grindcore com bases eletrônicas. O vocalista Ricardo Gonzales, o popular e inquieto "Frango" é, também, um dos técnicos de som mais requisitados da cidade. Os shows da Galinha Preta sempre são muito elogiados, porém, a impagável estampa de seu frontman muitas vezes rouba a cena e arranca gargalhadas do público.
CLUB SILÊNCIO
Após três anos de "barulho", o Club Silêncio, hoje em dia, está à caça de um novo som e de uma nova imagem. Calcada em teclados e sintetizadores, a sonoridade etérea da banda foi registrada em dois álbuns: Laissez-faire e Baladas Modernas. Ainda sem nome, mas previsto para este ano, agora o Club Silêncio encontra-se em estúdio gravando seu terceiro disco.
SUPERQUADRA
2002 marcou o aparecimento de muitas bandas em Brasília. A Superquadra, que aposta no temário urbano e nos dissabores do amor, surgiu nessa leva. Embora o rock eletrônico da banda ainda não tenha conquistado muito espaço, mantém público cativo na cidade. O álbum de estreia da Superquadra, Minimalismo Tropicalista, foi lançado em 2006.
SUÍTE SUPER LUXO
Em 2004, a Suíte Super Luxo lançou seu primogênito e elogiado disco, El Toro!. Ainda em 2010, a banda pretende editar um single do novo álbum, o qual será lançado numa parceria entre os selos Rolla Pedra, Senhor F e Estúdio Orbis. "Será apenas um aperitivo do que está por vir", revela o guitarrista Lucq Albano. Com somente um disco, a Suíte Super Luxo é uma das bandas mais aclamadas de Brasília.
BETO SÓ
Beto Só pode não ser o artista brasiliense mais popular, porém, com certeza é o mais respeitado. Em 2005, o cantor e compositor debutou com o álbum Lançando Sinais, que foi sucedido por Dias Mais Tranquilos - ambos produzidos por Philippe Seabra (Superguidis). O terceiro disco, que deve sair em outubro, tem nome: Ferro-Velho de Boas Intenções.

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