sábado, 21 de agosto de 2010
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
eU sOU uM íDOLO pOP!*
O caminho de Plato para o "estrelato pop" começa em 1988, ao integrar a banda Os Jaquetas e, depois, tocando com Edu K no power trio O.F.F. No mesmo ano, saiu-se com a cultuada Père Lachaise e, em 1994, montou a Lovecraft.
Dono de vasta produção musical, Plato Divorak é persona essencial do underground não só porto-alegrense, como mundial e brasileiro, ao lado, por exemplo, de Jorge Amiden (da cultuada e esquecida banda carioca Karma) e—ousaria dizer—do mutante Arnaldo Baptista.
Plato define as três faixas do single, que conta com "A mulher brasileira é a mais linda" e "Crematory Boys", como "uma diversificada sugestão autoral". A primeira canção é uma espécie de samba-rock psicodélico que remete a Jorge Ben fase Tábua de Esmeralda, e a segunda tem o clima The Who/Pink Floyd dos primórdios:
Em Space Fusion, Leonardo toca baixo, os quais foram gravados todos num take, praticamente. Detalhe: as guitarras de Julio Cascaes foram registradas sem que o instrumentista tivesse ouvido as composições anteriormente.
O resultado, de fato, atingiu a excelência. Além das experimentações costumeiras, está repleto de hits, como "Xenon Light", sobre o amor de um homem por sua robô, e "Let shine on", na qual Plato prova que sua lisergia não é só aquela batida anacrônica fincada em previsíveis territórios dos imprevisíveis sixties.
Frank Jorge não mais consegue precisar o ano, muito menos a data exata, em que conheceu Plato Divorak. A única lembrança certa, Frank examina a memória, é que o encontro entre eles rolou na segunda metade do anos 1980.
Para Frank, a "mania sixtie" sulista de venerar Beatles e Stones, e o punk e a new wave do período fizeram com que Lou Reed e Jim Morrison ficassem esquecidos em Porto Alegre. "Passaram quase batidos", afirma.
No tributo organizado por Pedro Brandt, participam bandas de diversos estilos, como a psicodélica Band of Pixies, que regravou "Antiglitter". De acordo com o músico, a escolha do fonograma caiu como uma luva na sonoridade de seu novo acid trio.
Até agora, cinco gravações já foram entregues: "Volta às aulas em San Tropez", com Marcelo Mendes, "Melô do Zé Bigorna", com os Irmãos Panarotto, "Iluminados monstros do amor", com os cariocas Do Amor e a já citada "Antiglitter".
"Escolhemos 'Romance mórbido' porque está inclusa em um de nossos discos favoritos—senão, o favorito—de rock gravado nos Pampas, o Amnésia Global, de Frank e Plato”, sublinha Andrio Maquenzi, da Superguidis.
A ideia, explica Pedro, é lançar como disco virtual, para download gratuito na internet. Mas o jornalista sonda, também, selos que possam se interessar em viabilizar o projeto em CD. "O objetivo principal do tributo é prestar uma homenagem ao Plato e, claro, ajudar a popularizar a produção musical dele."
"Sobre o Plato, o melhor de tudo é conviver com a figura durante todos esses anos", conta Leo Bomfim. "Importante ressaltar que ele não é um personagem, o Plato é o Plato, vinte quatro horas por dia. O que ele coloca nas músicas é o que ele vive. É a realidade dele mesmo. Porque há muitos 'doidões' por aí que são puro personagem."
A parceria de Leo e Plato nasceu para participar de um tributo virtual a Ronnie Von. O mais importante projeto, entretanto, é o disco de estréia de Plato Divorak & Os Exciters, ainda inédito, segundo Leo, por conta de uma sacanagem do selo Pisces Records.
pLATO dIVORAK: "nUNCA eSTOU dORMINDO"*
*Foto: Fernanda Chemale
sábado, 7 de agosto de 2010
pASSA a bOLA!
Durante a ditadura, Pedro alistou-se nas fileiras do Cinema Novo: foi diretor de fotografia de grandes cineastas, como Joaquim de Andrade (Guerra Conjugal, 1975), Glauber Rocha (Idade da Terra, 1979) e Gustavo Dahl (Em Busca do Ouro, 1965).
Em 1967 e 1968, suas câmeras Laica/Rolleyflex serviram aos levantes da esquerda.
O fotógrafo diz-se confesso admirador do lendário correspondente de guerra, o húngaro Robert Capa. Que postulava:
"Se as fotografias não são suficientemente boas, é porque não se está suficientemente perto".
Pedro de Moraes também foi "amigo de loucuras" dos Novos Baianos. A amizade rendeu o curta-metragem Gente é Isso (mais informações na Rolling Stone), um dos mais importantes documentos sobre a banda em pleno auge.
Nesse exclusivo relato, Moraes divide conosco um "maconheirístico" causo, dentre os tantos que viveu ao lado do alegre bando.
"Meu primeiro contato com o Novos Baianos foi num concerto de rock que rolou no Rio de Janeiro. Conheci o poeta Luiz Galvão e fumamos um baseado juntos. Fez-se daí nossa amizade.
Galvão me convidou, então, para visitar o sítio Recanto do Vovô, em Jacarepaguá. Logo fiquei amigo de todos eles. Nas minhas primeiras visitas ao sítio, sempre que rolava um baseado me punha a pensar:
"Será que os caras não passam a 'bola' ou estou mesmo sendo discriminado?".
Me pondo na palma da mão um lindo, enorme e cheiroso 'camarão', um deles me disse:
'Toma aqui e não reclama, rapaz!'.
Aquelas foram felizes tardes lisérgicas de tempos passados: tudo era só amor e luz. Mas não só amor. Toda semana era um baiano que 'dançava' com a polícia. Na época tudo era barra pesada.
Logo, porém, resolvia-se a questão. Nessa hora rolava muito som, rango, futebol, irreverências, sexo e muitos planos pro futuro. E muita maconha, lógico.
Eu não conseguia parar de fotografar o cotidiano dos Novos Baianos. Foi quando surgiu a idéia de se fazer projeções fotográficas nos shows. Lindas eram as imagens projetadas no fundo do palco enquanto "Besta é Tu" tocava sem parar
Dinheiro era pouco, mas diversão era garantida.
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
nOVOS bAIANOS fUTEBOL cLUBE*
*Em 1972, em meio ao estouro pop-tropical que foi Acabou Chorare (eleito melhor disco de MPB de todos os tempos pela Rolling Stone), os Novos Baianos deixam o apartamento no qual viviam, no Rio de Janeiro (além de palco, era também o "campinho" onde disputavam acirradas partidas de futebol), e vão de "mala e cuia" para Jacarepaguá.
No auge do regime militar, o combo alugou a chácara apelidada de "Sitio do Vovô". E, de forma anarco-lúdica, levavam a vida coletivamente. Após saída da Som Livre - que inaugurara seu cast lançando a obra-prima Acabou Chorare -, os baianos mudam-se para nova gravadora, a Continental, e lançam seu terceiro álbum de estúdio: Novos Baianos F.C.
O disco ganhou este filme homônimo que Solano Ribeiro, homem responsável pela direção de vários documentários sobre música brasileira destinados à TV alemã, entre os quais Elis Regina (hoje uma preciosidade) e Gilberto Gil. Pela realização do musical Novos Baianos F.C., Solano foi premiado no Festival Europeu de Televisão, na Áustria.
Trata-se, certamente, do mais acurado registro audiovisul que se possui dos Novos Baianos em ação. Eles esbanjam entrosamento, naturalidade e juventude. Em "Mistério do Planeta" Pepeu Gomes assinala porque, disparado, é o melhor guitarrista brasileiro de rock. E olha que o cara tocava de tudo, do samba ao afoxé!
Como diretor de musicais para a TV no Brasil, Ribeiro fez, entre outros, Disparada, com Geraldo Vandré e Som Livre Exportação, na Rede Globo - até hoje, record de público para musicais em recinto fechado (100 mil espectadores, no Anhembi, São Paulo).
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
bARRADOS nO bAILE*
terça-feira, 3 de agosto de 2010
pRÉ-cHORARE*
Globo da morte
29 beijos
Mini-planeta Íris
Caminho de Pedro
*Faixas gravadas entre 1969 e 1971 pelos Novos Baianos. Mais roqueiras, psicodélicas e bluesy do que, propriamente, "MPB", encontram-se nos compactos: