sábado, 24 de abril de 2010

"fOI cOMO 'aLICE nO pAÍS dAS mARAVILHAS'"*

"Quando ouvi Jimi Hendrix pela primeira vez, eu estava tocando na banda The Bitter End, que deixei para formar o grupo Fein, o qual Raul Seixas contratou para a gravadora CBS.
Eram os tempos do Raul produtor, no Rio de Janeiro.
Antes de me mudar em definitivo para o Brasil, assisti Hendrix ao vivo em três oportunidades. A segunda foi na Faculdade do Alabama.
Nessa noite tomei o primeiro LSD de minha vida. O show foi como 'Alice no País das Maravilhas'!
O som da Fender Stratocaster de Hendrix ganhara vida própria: era tão alta e cheia de cores que nunca mais na vida tive experiência igual.
Anos depois, gravei Krig-há Bandolo! com Raul Seixas, em 1973. Era sempre uma briga entre eu e os engenheiros de som. Eles achavam que eu tocava alto demais.
Sempre me mandavam baixar o volume. Na preparação para o solo da música 'Al Capone', eu faço uma citação de "Fire". É só ouvir bem.
Na terceira vez, quando vi Hendrix tocar em Atlanta, alguns caras na platéia ficavam gritando insistentemente:
'Toca Purple Haze!, Toca Purple Haze!
Hendrix se cansou e respondeu ao microfone:
'Vão todos à merda! Hoje vocês vieram aqui para me ouvir tocar o blues. Se querem ouvir 'Purple Haze' vão comprar o disco. Isso foi o passado, mas agora ninguém sabe o que será da guitarra no futuro'.
Ninguém deu mais nenhum pio, e o concerto foi inacreditável".
*Jay Vaquer é guitarrista e ex-cunhado de Raul Seixas, que era casado com Gloria Vaquer (atual Sky Kyes), sua irmã. Nos anos 1970, ele assinava Gay Vaquer", nome que, por óbvios motivos, mudou para Jay Vaquer.

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