quinta-feira, 26 de março de 2009

pAÊBIRÚ (ePÍLOGO)

Achávamos que ali estariam as chaves maiores. Eu conversava com Zé (Ramalho) e as imagens das palavras ecoavam na minha mente fundindo-se à realidade. Andávamos ou voávamos, e encontramos um outro traçado.

Nós os chamamos de Tratado dos Triângulos. Uma das rochas formando uma parede a mais ou menos vinte metros à esquerda da cabeça do lagarto, (digo à esquerda em se estando voltado para o sentido da corrente).

Trazia sua superfície totalmente talhada com triângulos de relevo agudo como sendo o entalhe posterior ao resto das escrituras existentes. Seria a própria formação atômico-molecular das rochas?

Olhávamos em volta pedras do templo recentemente quebradas. (Dizem os nativos que por Doutores Franceses). E não encontramos nenhum sinal da solidificação em triângulos como pensávamos.

As pedras mesmo em suas rachaduras naturais apresentavam-se sempre compactas, mostrando pequenos filetes brancos, paralelos e horizontais, possivelmente de sua solidificação em camadas.

Mais adiante encontramos traçados dos mesmos triângulos anteriores, porém tão desgastados como o resto das inscrições da pedra.

Teria sido duas as civilizações era épocas diferentes?

Seriam os triângulos a formação da própria rocha?

Ou uma certificação da existência de uma pirâmide naquele local?

O mistério se estende em tudo e lá continua em seu semi-esquecimento silencioso, provocando apenas tensões em nossos nervos, ânsias em nossos peitos e sons em nossas vidas.

Poucos e raros são os livros que tratam sobre as pedras, e nunca se descobriu ou relacionou seus símbolos com nenhum alfabeto da terra.

Apenas uma enorme lenda paira entre as idades do sertão.

SUMÉ.

O feiticeiro índio de cabelos vermelhos e barbas de fogo, que trilhou das praias e matas de cajús da Paraíba, até a porta do sol, ora com os índios, ora fugindo dos carirís-guerreiros canibais.

Conta-se que nessa fuga passou pelo Ingá e muitos sertões até Machu-pichu fazendo conhecer sua caminhada como PAEBIRÚ - A Estrada da Montanha do Sol.

Existem marcos realmente por todo o interior do Brasil que parecem confirmar a lenda. Cidades e vilas, curas e plantas que trazem o nome de SUMÉ ou ainda variações em torno desse nome, como se um mesmo homem ou motivo, os tivesse denominado assim na mesma era.

Muitos ouviram falar de Sumé. Poucos procuraram recompor a sua trilha.

Mas o templo de Ingá do Bacamarte nos deixou crer que todos aqueles símbolos gravados na pedra, formam um documento palpável de épocas bem anteriores ao carirís e ao grande feíticeiro.

Mãos ou raios?

Homens ou não gravaram esses sinais?

Eu quase já nem durmo.

LULA CÔRTES


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