quinta-feira, 30 de agosto de 2007

oS 10 mELHORES dISCOS do rOCK gAÚCHO

A pedido de APLAUSO, 50 músicos e especialistas elegem os álbuns mais importantes e influentes já realizados no Rio Grande do Sul, em um ranking repleto de surpresas. Confira quem ganhou e quem ficou de fora

FÁBIO PRIKLADNICKI
CRISTIANO BASTOS

Foram 50 personalidades consultadas, entre músicos, críticos, jornalistas e produtores. No total, mais de 80 títulos citados. Tudo para descobrir quais são os melhores discos da história do rock gaúcho. Cada votante convidado por APLAUSO indicou os cinco melhores álbuns, em ordem de preferência. O melhor de cada um recebeu cinco pontos. O segundo melhor, quatro. E assim por diante, até o quinto melhor, que recebeu um ponto. A seguir, estão destacados os dez discos com a melhor pontuação.
O resultado trouxe diversas surpresas, a começar pelo vencedor. A Sétima Efervescência, de Júpiter Maçã, lançado em 1996 pelo selo Antídoto/ACIT, não só amealhou mais pontos como foi o disco mais citado – 26 vezes. Além disso, com 73 pontos, garantiu distância folgada do segundo colocado, Por Favor, Sucesso (1969), da lendária Liverpool, que somou 51 pontos. Primeira grande banda de rock do RS, o Liverpool teve declarada influência (o nome já sugere) dos Beatles.
Na década de 70, os mesmos integrantes formariam outro grupo que, com um som influenciado pelo rock progressivo, também fez história – e aparece no ranking: Bixo da Seda. Porém, a expressão “rock gaúcho” – polêmica, por sinal – começou a fazer sentido mesmo só nos anos 80, época do boom do rock nacional. As coletâneas Rock Garagem (1984) e Rock Grande do Sul (1986) apresentaram a primeira geração propriamente dita de bandas locais. Os Engenheiros do Hawaii (e o Nenhum de Nós, de forma passageira) conseguiram sucesso no país, enquanto as demais tiveram apenas incursões além do Mampituba, e até hoje a pergunta permanece: o que há de gaúcho no rock gaúcho? A resposta está em alguns registros dessa geração que figuram no ranking, como Replicantes, TNT, Cascavelletes e DeFalla.
Foi essa mesma turma que montou a cultuada Graforréia Xilarmônica, que estreou em disco nos anos 90, com o hino "Amigo Punk" – e que também aparece entre os dez mais. Na segunda metade dessa década, surgiu uma nova leva de bandas, como Bidê ou Balde e Cachorro Grande. Mas é a Ultramen, com uma sonoridade que foge do que se esperaria de uma banda “gaúcha”, a única delas a figurar no ranking, com um disco lançado no sintomático ano 2000. Apesar de também recente, o título vencedor é assinado por um músico de longa ficha corrida no rock gaúcho.
Júpiter Maçã é como prefere ser chamado Flavio Basso, ex-TNT e Cascavelletes. A Sétima Efervescência foi seu primeiro trabalho solo (em 2007, ele deve lançar o quarto, Uma Tarde na Fruteira, que já tem faixas circulando nas rádios e na internet). A importância do álbum está na sonoridade e no visual sessentistas, que praticamente deram o tom do rock gaúcho desde então, influenciando até o modo de os músicos se vestirem. Confira, nas próximas páginas, detalhes e curiosidades sobre os discos, além de descobrir quais são os piores álbuns na opinião do júri e como foi avotação do júri popular, em enquete realizada em parceria com a rádio Ipanema FM.

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