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Pouco tempo depois, levei a ele um poema meu, em inglês, dizendo que gostaria de musicá-lo. De imediato, Raulzito pegou o violão e, em poucos minutos, estava pronta 'Angel'. Tínhamos muitos pontos em comum, sob o prisma espiritual; isso fortaleceu nossa amizade.
Raul homenageou-me na música 'Carpinteiro do Universo', em parceria com meu querido amigo Marcelo Nova. Essa canção teve inspiração em duas frases que eu tinha dito a ele: que me sentia como um 'carpinteiro do universo' - sempre tentando consertar coisas que as pessoas insistiam em estragar em suas próprias vidas.
Ele falou: 'Você tá sempre limpando as unhas e penteando os cabelos dos amigos, nego?'. Respondi: 'Não. Estou sempre querendo mudar a direção do trem!'. Quando ele morreu, sua empregada, Dona Dalva, me ligou pedindo que eu fosse ao seu apartamento e fizesse algo.
Avisei Marcelo Nova e o empresário deles, o Albertino, e fui apanhar o médico particular de Raul, na época, Dr. Luciano Stancka. Rumamos para a casa de Raulzito. Nada mais havia para se fazer. O resto é história".
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Segundo Conceição, não teve essa de "montar o artista": "Tudo foi feito na hora, sem figurino e cenário, num hotel na Avenida Brigadeiro Luís Antônio". E, depois, na "casinha da Warner", antigo reduto da gravadora na Rua Alves Guimarães.