"De repente, chegou um rapaz dizendo que era compositor, tocava violão e gostaria muito de poder 'mostrar seu trabalho' para Raul. Mas ele não tinha o braço direito. Ficamos meio sem jeito, olhando para o cara - até que Raul lhe perguntou:
'Ah, é? E o que o senhor quer que eu faça?'.
Com muita humildade, o garoto respondeu: 'Seu Raul, o senhor faz o ritmo e eu as posições'.
Não dá para explicar o carinho com que Raul ajudou o rapaz. Ele ficou abraçado, quase pendurado por trás do cara, fazendo o ritmo com a mão direita, enquanto o cara mudava os acordes com a mão esquerda.
Foi uma cena linda".
"Dividimos muitos pratos-feitos, durante os primeiros tempos de nossa vida profissional. Período em que comprovei o grande caráter de Raul, o qual era muito apegado às pessoas simples. Uma demonstração disso aconteceu em Guabimirim, Rio de Janeiro.
Ficamos bebendo, até às 2 da horas madrugada, depois fomos dormir. Mas, por volta das 5 horas da manhã, acordei e reparei que Raulzito havia sumido. Olhei por toda a casa, pelo quintal - e nada. Decidi, então, sair com o carro para procurá-lo.
Comecei a ouvir um som de longe. Vi um cara magro de calça jeans, sem camisa, descalço e com um chapéu de São João, cheio de fitas coloridas e um violão, cantando Elvis Presley no meio dum monte de pinguços.
Os caras nem sequer imaginavam que aquele era o Raul Seixas. Raulzito estava na maior alegria, feliz da vida. Na hora em que me viu, falou: 'Tratanius (o jeito como chamávamos um ao outro), vem cá tomar uma cachacinha comigo'.
Raul cantou pra galera até o dia amanhecer".
*Historinhas contadas por Mauro Motta, um dos melhores amigos de Raul Seixas. Vizinhos de quitinete e produtores na linha de montagem do iê-iê-iê romântico da CBS. Motta e Raul produziram o álbum Sessão das Dez.
'Ah, é? E o que o senhor quer que eu faça?'.
Com muita humildade, o garoto respondeu: 'Seu Raul, o senhor faz o ritmo e eu as posições'.
Não dá para explicar o carinho com que Raul ajudou o rapaz. Ele ficou abraçado, quase pendurado por trás do cara, fazendo o ritmo com a mão direita, enquanto o cara mudava os acordes com a mão esquerda.
Foi uma cena linda".
"Dividimos muitos pratos-feitos, durante os primeiros tempos de nossa vida profissional. Período em que comprovei o grande caráter de Raul, o qual era muito apegado às pessoas simples. Uma demonstração disso aconteceu em Guabimirim, Rio de Janeiro.
Ficamos bebendo, até às 2 da horas madrugada, depois fomos dormir. Mas, por volta das 5 horas da manhã, acordei e reparei que Raulzito havia sumido. Olhei por toda a casa, pelo quintal - e nada. Decidi, então, sair com o carro para procurá-lo.
Comecei a ouvir um som de longe. Vi um cara magro de calça jeans, sem camisa, descalço e com um chapéu de São João, cheio de fitas coloridas e um violão, cantando Elvis Presley no meio dum monte de pinguços.
Os caras nem sequer imaginavam que aquele era o Raul Seixas. Raulzito estava na maior alegria, feliz da vida. Na hora em que me viu, falou: 'Tratanius (o jeito como chamávamos um ao outro), vem cá tomar uma cachacinha comigo'.
Raul cantou pra galera até o dia amanhecer".
*Historinhas contadas por Mauro Motta, um dos melhores amigos de Raul Seixas. Vizinhos de quitinete e produtores na linha de montagem do iê-iê-iê romântico da CBS. Motta e Raul produziram o álbum Sessão das Dez.