quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

nAQUELA mESA*



(Sérgio Bittencourt)

Naquela mesa ele sentava sempre
E me dizia sempre, o que é viver melhor
Naquela mesa ele contava estórias
Que hoje na memoria eu guardo e sei de cor

Naquela mesa ele juntava gente e contava contente
O que fez de manhã
E nos seus olhos era tanto brilho
Que mais que seu filho, eu fiquei seu fã

Eu não sabia que doía tanto
Uma mesa no canto, uma casa e um jardim
Se eu soubesse o quanto doi a vida
Essa dor tão doída não doía assim

Agora resta uma mesa na sala
E hoje ninguem mais fala no seu bandolim
Naquela mesa tá faltando ele e a saudade dele
Tá doendo em mim

*Jornalista e compositor, Sérgio Bittencourt, filho de Jacob Bittencourt - mais conhecido como Jacob do Bandolim, maior autor de choros do Brasil e um dos maiores tocadores de bandolim - compôs "Naquela mesa" para homenagear o pai.

Nelson Gonçalves emprestou sua voz e emoção e ela foi longe: primeiro lugar nas paradas da Bélgica (!). "Naquela mesa", de 1970, é homenagem emocionada do filho ao pai



Aos 10 anos de idade, Raphael Rabello, referência mundial do violão brasileiro, ficou perdidamente apaixonado pelo álbum Vibrações, de Jacob do Bandolim. E, também, pela técnica de Dino 7 Cordas, instrumentista que muitas vez acompanhou Nelson.

Rabello morreu precocemente (e tristemente) aos 32 anos, em 1995, e chegou a gravar "Naquela mesa" com o Boêmio



O cara era bom mesmo. Veja o que Paco de Lucia falou sobre ele:

"O melhor violonista que eu já ouvi em anos. Ele ultrapassou as limitações técnicas do violão, e sua música vinha progressivamente de sua alma, diretamente para os corações de quem o admirava"

A "Deusa da minha rua", de Jorge Faraj & Newton Teixeira - um dos standarts da MPB - é um dos melhores momentos de Nelson & Rabello juntos. No Olympia, 1992


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