sábado, 10 de janeiro de 2009

a vOZ lINDA e dESTRUÍDA dE oRLANDO sILVA

Além de Nelson Gonçalves, que conheceu por causa da crooner Lourdinha Bittencourt (segunda esposa do cantor), o produtor José Messias foi íntimo dos grandes ídolos da era pré-Metralha, como Sílvio Caldas e Orlando Silva - O Ídolo das Multidões.

A decadente história de Orlando, cantor de timbre de voz cativante e muito querido por onde passasse, infelizmente não teve o "desfecho feliz" de Nelson Gonçalves, astro que o substituiu no panteão radiofônico.

Ao contrário de Nelson, cujo longo noivado com a cocaína - por sorte - não afetou sua voz e saúde para sempre, Orlando Silva não teve igual sorte com a diversão. Perdeu tudo e o que tinha de melhor: o canto.

"Orlando teve a voz mais bonita e limpa do Brasil. Mas ela não se mostrou resistente o bastante para suportar tantas agressões químicas", emociona-se Messias, hoje jurado do programa de calouros Raul Gil, ao lembrar o velho amigo falecido em agosto de 1978.

Além de álcool e cocaína, Silva curtia (isto é - necessitava) umas cositas mais fortes: morfina, que injetava para aliviar as dores decorrentes de um acidente com a sua sua perna. "Os excessos desgastaram as cordas vocais de Orlando Silva e sua voz foi se extingüindo.

Ficou sete anos no topo: de 1936 à 1943. Nelson é exceção: fumou, cheirou, bebeu e não perdeu nem um centímetro da voz".

No tempo do Trio de Ouro, grupo no qual Lourdinha Bittencourt entrou como substituta de Dalva de Oliveira, convivendo lado a lado com o famoso casal de cantores, José Messias chegou a ajudar na produção de alguns shows e discos de Nelson.

"O que era muito fácil", avalia. Na opinião do amigo, Nelson Gonçalves foi o cantor perfeito. "Tão perfeito que se podia afinar um piano com a sua nota Mi. O homem era um diapasão".

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