Falar de Nelson Gonçalves é chover no molhado. Conheci Nelson Gonçalves no ano de 1950, apresentado por um amigo. Daí por diante foi fácil, conheci o grande homem e grande cantor que é.
Durante estes 33 anos, tivemos muitos altos e baixos nas nossas relações. Mas, a verdade é que ultrapassamos todos os males entendidos, superamos todos os ti-ti-tis, e hoje somos compadres três vezes.
Nelson batizou minha filha quando nasceu e é padrinho de casamento dela, e eu sou seu padrinho de casamento com a Maria Luiza. Dessa forma, se houve algum entrevero entre nós, foi esquecido, prevaleceu a amizade.
Somos dois grandes amigos para qualquer situação, amigos de sucessos que fizemos, amigos nos momentos mais duros, mais amargos e também nos mais lindos.
Por esse motivo, reconheço no meu fabuloso Nelson tudo de bom como homem, como amigo e como grande cantor que é, inegavelmente
Pena é que nem daqui a 50 anos teremos outro Nelson. Seria sonhar muito alto. Pelo menos, mais 20 anos com a graça de Deus nós ainda o teremos entre nós.
Saúde Nelson.
Adelino Moreira, Rio de Janeiro, 17 de fevereiro de 1987.
*Nelson Gonçalves foi intérprete majoritário do compositor português, naturalizado brasileiro, Adelino Moreira. Juntos, assinaram mais de 20 canções - fora as mais de 370 que Adelino fez para Nelson cantar.
Uma "caçamba" de hits poderosos, como "Êxtase", "A Volta do Boêmio", "Enigma", "Fica Comigo Esta Noite", "Meu Vício é Você", "Doidivana" e "Flor do Meu Bairro".
Vários outros cantores gravaram as canções de Adelino. Entre eles, Angela Maria, Carlos Galhardo, Núbia Lafayette e Orlando Silva:
"Eu compunha para todo mundo. Todos os cantores de sucesso gravavam coisas minhas. Eu fazia música de acordo com a necessidade. Se precisava fazer 36 músicas por ano, eu fazia" lembrou o compositor de fôlego.
Em 1966, certos desentendimentos separaram Adelino Moreira de Nelson Gonçalves. A briga durou até 1971, quando voltaram a trabalhar juntos.
O enorme carinho que Adelino tinha por Nelson foi notório, e tão grande quanto o sucesso da parceria musical que mantiveram até o fim. No velório de Nelson, muito emocionado Adelino disse que recém tinha feito uma canção pra ele:
"Lua Namoradeira"...
Diz-se que, em 1966, quando o Metralha foi enjaulado (preso sob acusação de tráfico de cocaína), Moreira foi visitá-lo na cadeia.
Ao ver o amigo no cárcere, chorou copiosamente. Ao invés de consolar, porém, foi consolado pelo célebre prisioneiro:
- Não se preocupa, Adelino. Vai ficar tudo bem de novo - dizia Nelson, do outro lado das grandes, ao amigo legítimo.
Durante estes 33 anos, tivemos muitos altos e baixos nas nossas relações. Mas, a verdade é que ultrapassamos todos os males entendidos, superamos todos os ti-ti-tis, e hoje somos compadres três vezes.
Nelson batizou minha filha quando nasceu e é padrinho de casamento dela, e eu sou seu padrinho de casamento com a Maria Luiza. Dessa forma, se houve algum entrevero entre nós, foi esquecido, prevaleceu a amizade.
Somos dois grandes amigos para qualquer situação, amigos de sucessos que fizemos, amigos nos momentos mais duros, mais amargos e também nos mais lindos.
Por esse motivo, reconheço no meu fabuloso Nelson tudo de bom como homem, como amigo e como grande cantor que é, inegavelmente
Pena é que nem daqui a 50 anos teremos outro Nelson. Seria sonhar muito alto. Pelo menos, mais 20 anos com a graça de Deus nós ainda o teremos entre nós.
Saúde Nelson.
Adelino Moreira, Rio de Janeiro, 17 de fevereiro de 1987.
*Nelson Gonçalves foi intérprete majoritário do compositor português, naturalizado brasileiro, Adelino Moreira. Juntos, assinaram mais de 20 canções - fora as mais de 370 que Adelino fez para Nelson cantar.
Uma "caçamba" de hits poderosos, como "Êxtase", "A Volta do Boêmio", "Enigma", "Fica Comigo Esta Noite", "Meu Vício é Você", "Doidivana" e "Flor do Meu Bairro".
Vários outros cantores gravaram as canções de Adelino. Entre eles, Angela Maria, Carlos Galhardo, Núbia Lafayette e Orlando Silva:
"Eu compunha para todo mundo. Todos os cantores de sucesso gravavam coisas minhas. Eu fazia música de acordo com a necessidade. Se precisava fazer 36 músicas por ano, eu fazia" lembrou o compositor de fôlego.
Em 1966, certos desentendimentos separaram Adelino Moreira de Nelson Gonçalves. A briga durou até 1971, quando voltaram a trabalhar juntos.
O enorme carinho que Adelino tinha por Nelson foi notório, e tão grande quanto o sucesso da parceria musical que mantiveram até o fim. No velório de Nelson, muito emocionado Adelino disse que recém tinha feito uma canção pra ele:
"Lua Namoradeira"...
Diz-se que, em 1966, quando o Metralha foi enjaulado (preso sob acusação de tráfico de cocaína), Moreira foi visitá-lo na cadeia.
Ao ver o amigo no cárcere, chorou copiosamente. Ao invés de consolar, porém, foi consolado pelo célebre prisioneiro:
- Não se preocupa, Adelino. Vai ficar tudo bem de novo - dizia Nelson, do outro lado das grandes, ao amigo legítimo.